O abutre-barbudo (Gypaetus barbatus), vulgarmente conhecido como quebra-ossos, era um habitante frequente do Abrigo do Lagar Velho. A sua presença manifesta-se através de milhares de coprólitos, dificilmente quantificáveis. Coprólitos são excrementos preservados pelo tempo, ou seja, fossilizados, constituindo verdadeiras cápsulas de informação científica. Através do estudo macro e microscópico destes restos peculiares é possível chegar ao ser vivo que os produziu, o que comia e até obter informações relativamente à paisagem envolvente através do pólen aí conservado.
As várias reentrâncias existentes na parede de fundo do abrigo, por vezes bastante profundas, serviram como local de nidificação do quebra-ossos. Esta ave, de grande porte, apresenta uma plumagem branca que adquire uma coloração ocre ao longo do tempo, por se banhar em águas ricas em óxidos de ferro.